sábado, 27 de outubro de 2018

Quando a calçada é a sua morada...


Descrição da foto:# para todos verem: rosto de Audy e Ton sorridentes em uma lanchonete. Entre eles a mão da Audy  segura uma flor de papel branca feita com guardanapo pelo Ton.

Passei uma noite inteira nas ruas de Campinas conversando com pessoas que moram nas ruas. Projeto ENTREGA! 
Muito mais do que entregar alimentos, roupas e cobertores, é entregar AMOR E CARINHO para quem tem a calçada como morada. Ao longo dos anos já participei de inúmeras ações para ajudar pessoas carentes com câncer, HIV, hidrocefalia, fiz muitos trabalhos voluntários em favelas, orfanatos, casas abrigo, hospitais, creches, asilos... mas nunca tinha virado a noite numa calçada ouvindo histórias, ganhando abraços e sorrisos de pessoas que na calada da madrugada deixam de ser invisíveis para serem acordadas e receberem afeto.
O convite veio do meu amigo Ton Oliver que há muito tempo participa do Projeto ENTREGA e sempre escreve posts no facebook sobre suas vivências.
Ton é psicólogo, um rapaz muito humano, inteligente, agradável e cego. Nos conhecemos há quase duas décadas, perdemos contato por algum tempo e felizmente nos reencontramos. 
Ao aceitar o convite, falei para o Ton que fazia questão que toda a logística da noite fosse dele, uma vez que ele iria me guiar desde a saída de São Paulo até o nosso retorno na manhã seguinte.
Então logo o Ton me disse que iríamos para Campinas de carona compartilhada pelo aplicativo Blablacar. Eu não conhecia o aplicativo e nunca tinha viajado desta forma, mas é claro que aceitei de imediato. O nosso ponto de encontro foi na estação do Metrô Conceição às 19h30 da sexta-feira 28 de setembro de 2018. Como cheguei bem mais cedo, mandei uma mensagem para o Ton que me enviou as coordenadas da lanchonete onde ele estava e fui encontra-lo. Enquanto tomávamos um café, o Ton fez uma flor com o guardanapo e me presenteou.
Em seguida fomos para o nosso ponto de encontro, em frente a um chafariz, onde o motorista Caio iria nos encontrar. Esperamos alguns minutos e logo o Caio chegou. No carro havia mais dois rapazes, Thiago e Otávio, muito simpáticos, e, assim como o Caio, também eram estudantes da UNICAMP. O aplicativo blablacar não visa lucro e sim ajuda de custos da viagem. Então cada passageiro pagou R$20,00 pela “carona” até as proximidades da UNICAMP. Uma viagem tranquila e animada, como se todos já se conhecessem.
Chegando em Campinas eu e o Ton pegamos um UBER até o estacionamento do Bosque dos Jequitibás. Já passava das 22h00 quando chegamos lá e, para a minha surpresa, havia muitos carros e mais de 80 pessoas, a grande maioria eram moças e rapazes universitários. Todos sorridentes e visivelmente felizes por estarem ali.
As doações estavam separadas por produtos e para montar 220 kits não demoramos nem 10 minutos. No início da fila pegávamos uma sacola plástica e seguíamos com ela aberta enquanto as outras pessoas colocavam dentro: papel higiênico, garrafa de água, sabonete, preservativo, biscoitos doce e salgado, pipoca, sanduíche, creme dental e escova e um par de meias. No final dávamos um nó na sacola, colocávamos no chão e voltávamos para fila para pegar mais uma sacola e encher.
Recebemos informações sobre o propósito do Projeto ENTREGA e orientações para não fotografar as pessoas e ficarmos sempre juntos em cada parada. O grande grupo foi dividido em três rotas, cada rota tinha cerca de 10 carros que saíram em comboios. Alguns carros transportavam também cobertores, roupas feminina e masculina e calçados. 
Eu estava na rota 1 com o Ton. Em cada parada, ficávamos cerca de 40 minutos conversando com as pessoas que moram nas calçadas. Muitas delas vivem há anos nestas condições e já são conhecidos dos voluntários do ENTREGA. Meu amigo Ton é muito querido pelas pessoas que moram nas ruas, e em todos os lugares que paramos ele era festejado e abraçado pelas pessoas. Ao ser apresentada como amiga do Ton, eu já recebia um sorriso largo, às vezes um abraço, outras um aperto de mão.
Nesta noite que passei sentada em calçadas mal cuidadas e pouco limpas, ouvi desabafos, confidências, vi pessoas sem esperança, gente sofrida, vi brotar lágrimas e sorrisos, vi a força de um senhor que vive há 14 anos nas ruas e ainda assim consegue expressar alegria, fiquei sabendo de romances, de pessoas que saíram da rua e de outras que foram embora deste mundo... mas também presencie cenas de amor verdadeiro, de ENTREGA total.
Em uma calçada, entre tantos moradores de rua estava Lucimar, a Lu, que ficou muito feliz com a nossa chegada. Ton e eu sentamos no chão, muito perto da Lu, que segurava apertado as nossas mãos. Ela tinha apenas um cobertor muito sujo e uma garrafa com um pouco de cachaça. Seus pés descalços com marcas profundas na pele calejada, suas roupas surradas e com um odor forte não conseguiam esconder os traços de uma linda mulher, por volta dos 40 anos, acredito, que se esforçava, entre lágrimas e soluços, para contar para o Ton que ela havia ficado cega de um olho e só lhe restava um pouco da visão do outro. Dizia em voz alta e trêmula: “ Ton, agora eu sou como você”. Neste momento meu amigo a abraçou demoradamente e, num gesto de carinho profundo acomodou a cabeça da Lu no seu colo e a acariciou.... além das palavras de conforto, havia um amor genuíno, uma vontade de ajudar que ia muito além do que os meus olhos podiam ver. 
Depois de algum tempo começamos a conversar sobre a família e os filhos da Lu... em meio a tantas memórias sugeri cantarmos uma música alegre, afinal cantar sempre alegra a alma. Juntos cantamos músicas do Raul Seixas e do Tim Maia que a Lu escolheu e logo esboçou um sorriso leve... as pessoas da nossa equipe deram para ela um par de chinelos novos, roupas íntimas e uma camiseta. Ficamos ali quase uma hora. No momento da despedida mais abraços e a certeza de que aquele encontro tinha sido marcado pelo aconchego e pela ternura.
E assim seguiram-se outros tantos encontros, conversas, entregas dos kits, das roupas, dos cobertores e muito carinho até quase o dia clarear. 
Por volta das 4h00 da manhã, todos os participantes das três rotas se encontraram em frente à Catedral Metropolitana de Campinas para finalizar as entregas. 
No início da manhã, eu e o Ton pegamos um ônibus para retornar. Chegamos em São Paulo por volta das 7h00. 
Apesar do cansaço, trouxe comigo vivências extraordinárias e a certeza de que em um abraço dois corações batem juntos no mesmo compasso.
Obrigada Ton por me apresentar tantas pessoas abraçáveis, como você diz!


sábado, 29 de setembro de 2018

Doando Mechas com Amor



Entre as muitas atividades da Programação da Unibes Cultural do Dia Sem Pressa, 22/09/2018, contribui com Instituto Amor em Mechas e doei uma mecha do meu cabelo.
As mechas de cabelo devem ter no mínimo 15 cm de comprimento e serão utilizadas para fazer perucas. As perucas são doadas para mulheres com câncer juntamente com os cartões escritos pelas doadoras. 
Uma iniciativa muito importante que transforma vidas. Seja você também uma doada de mechas de cabelohttps://amoremmechas.com/
                           Com as minhas amigas Maria Luiza Brancia e Zilda Procedino

sábado, 16 de junho de 2018

Roteiro Sensorial FLORES E SABORES DE HOLAMBRA


Descrição da foto - Pra cego ver: Todo o grupo está reunido em frente ao Moinho dos Povos Unidos. As pessoas estão sorridentes, algumas em pé e outras agachadas. Na foto está também o Sr.Jan Eltink, as duas dançarinas e um dançarino do Grupo de dança Folclórica de Holambra, Armando Carrasco e Leo da empresa Real Turismo.
O Moinho, o maior da América Latina, é uma construção de tijolo á vista, com pequenas janelas e uma varanda com cerca de madeira branca no terceiro andar que o circunda. Obrigada: Leila Klas, Zilda Procedino, Marcela Mahayana, Filipe Oliveira, Cláudio Teixeira, Vera Lúcia Sousa, Ton Oliveira, Laís Kari, Mário Luiz Brancia, Maria Luiza Brancia, Sérgio Faria, Malu Trombieri, Toninho, Pedro Balotin, Sônia Rocha, Arlete Passos Carmona, Edna de Freitas Passos, Maria do Carmo Passos, Vera Toyama, Sandra Sanita, Cida Silveira, Cecília Casas, Iolanda Veronese e Orion Santos.

A 140 km da cidade de São Paulo, Holambra, a capital das flores, recebeu no dia 12 de maio de 2018, visitantes muito entusiasmados para conhecerem os seus encantos com as pontas dos dedos. O grupo formado por dez pessoas cegas, duas pessoas com baixa visão e doze videntes desfrutaram do roteiro sensorial que desenvolvi considerando várias sensações táteis e sabores que Holambra tem para oferecer.

Descrição da foto. Para cego ver: Jardim florido com flores " maria sem vergonha" cor de rosa na entrada da loja Orquídea em Holambra. Todos sorrindo, da esquerda para a direita: Lais Dandrea Kari, Ton Oliver, Filipe Oliveira, Marcela, Vera, Mário, Malu, Zilda Gonçalves, Iolanda Lunardelli Veronese, Audy, atrás e em pé Claudio TeixeiraOrion Santos e Pedro Ballodin.

Eu havia feito uma visita técnica anteriormente para definir todos detalhes do roteiro, conhecer a plantação de flores que iríamos visitar, firmar parcerias, conversar com as pessoas do destino sobre acessibilidade e como receber turistas cegos. 

Descrição da foto - Pra cego ver: O grupo com os 24 viajantes em frente a estufa de produção de crisântemos. Algumas pessoas seguram nas mãos crisântemos amarelos e rosa que colheram nos canteiros. 
No portal da cidade o grupo foi recebido pelo guia de turismo Armando Carrasco, proprietário da empresa Real Receptivo. Organizamos o city tour pela cidade com informações desde o início da imigração holandesa na região até os dias atuais.
Descrição da foto - pra cego ver: Sorridentes dentro da estufa, cercados por crisântemos amarelos e brancos. Da esquerda para a direita, Mário, Pedro, Audy, Orion, Vera, Sonia e Sérgio 

Em uma plantação de crisântemos, aberta exclusivamente para o grupo, todos tiveram a oportunidade de percorrer os canteiros floridos, colher as flores, serrar as raízes das mesmas e assim aprender sobre todo o processo da colheita de flores que além de abastecerem todo o Brasil são também destinadas a exportação.
Descrição da foto - pra cego ver: Dentro da estufa, todos sorridentes e abraçados! Da esquerda para a direita: Orion, Audy, Zilda, Ton, Malu, Armando, Mário, Marcela, Filipe, Pedro, Sonia, Sérgio, Vera Lúcia, Vera Toyama.
Descrição da foto - pra cego ver: Dentro da estufa, sorridentes, Ton e Laís posam para a foto em frente a um canteiro de crisântemos brancos.

Descrição da foto - pra cego ver: Dentro da estufa, sorridentes, Sonia e Sérgio abraçados, ambos usam óculos escuros. Ao fundo um canteiro de crisântemos brancos e amarelos.
Descrição da foto - pra cego ver: Dentro da estufa, sorridentes, Leila e Marilu, Mário e Pedro exploram o canteiro com crisântemos vermelhos.
Descrição da foto - pra cego ver: em um canteiro, em pé, Armando explica para Cláudio como colher um crisântemo. Cláudio toca no crisântemo amarelo.
Descrição da foto - pra cego ver: Mário sorridente segura um crisântemo após colher o mesmo. Ao fundo Armando o observa com um sorriso largo.
Descrição da foto - pra cego ver:em primeiro plano, canteiros com crisântemos brancos dentro da estufa, pessoas ao fundo.
 Descrição da foto - pra cego ver: foto de corpo inteiro -Marcela e Filipe, abraçados e sorridentes em frente aos canteiros de crisântemos amarelos e brancos.
  Descrição da foto - pra cego ver: Zilda sorri e toca crisântemos cor-de-rosa de um longo canteiro.
Descrição da foto - pra cego ver: Zilda sorri com os braços levantados segurando um crisântemo cor-de-rosa com raiz que colheu.
 Descrição da foto - pra cego ver: Vera Lúcia entre os canteiros de crisântema segura uma haste com cinco flores de crisântemos cor-de-rosa. Ao fundo várias pessoas e crisântemos amarelos.
Descrição da foto - pra cego ver: Laís aprende a serrar a raiz do crisântemo auxiliada por Armando e observada por Cecília e Orion.
Descrição da foto - pra cego ver: Vera Lúcia serra uma haste de crisântemo e é observada por Armando, Vera e Filipe.
Descrição da foto - pra cego ver: Armando mostra a serra para Cláudio que arruma a haste de um crisântemo numa mesa e é observado por Audy. 

O almoço, na Trattorie Holandesa, preparado especialmente para os visitantes, foi um brinde à rica gastronomia do Reino dos Países Baixos.
Descrição da foto - pra cego ver: prato branco sob toalha verde com uma fatia de strudel de maçã, uma bola de chantilly e uma folhinha de hortelã. Sobremesa muito saborosa.
Os viajantes tiveram a oportunidade de comprar flores e artesanato típico na Loja Orquídea, uma das mais tradicionais da cidade.
Descrição da foto - pra cego ver: dentro da loja com muitas orquídeas ao fundo, foto de meio corpo, todas sorridentes e abraçadas, da esquerda para a direita: Sandra, Leila e Marilu.
E para finalizar um dia muito especial, no Moinho dos Povos Unidos, o imigrante holandês Jan Eltink recebeu calorosamente os visitantes e contou sobre a sua longa viagem para o Brasil, num navio, juntamente com toda a sua família logo após o término da Segunda Guerra Mundial.
Descrição da foto - pra cego ver: Jan Eltink, usando tamancos amarelos típicos holandeses, calça jeans, camisa branca e azul com mangas compridas fala ao microfone e para os viajantes que estão em pé.
Descrição da foto - pra cego ver: Moinho dos Povos Unidos ao fundo, Audy sorri e segura o microfone, entre o Sr.Jan Eltink, Mário e Marcela. 
Dançarinos do Grupo Folclórico de Dança da cidade presentearam os turistas com uma apresentação de dança típica holandesa com tamancos de madeira.
Descrição da foto - pra cego ver: todos em pé, semi-circulo, da esquerda para a direita: Sandra, Vera Lúcia, Leila, Ton, Laís, Orion, Filipe, Cláudio, Mário e Pedro.
Descrição da foto - pra cego ver: todos em pé, abraçados e sorridentes, da esquerda para a direita: Vera Lúcia, Iolanda, dançarina do grupo folclórico, Audy, casal de dançarinos e Vera Toyama.
Descrição da foto - pra cego ver: Ton e Lais em primeiro plano, abraçados e sorridentes ambos usam os tamancos de madeira vermelho. Ao fundo o Moinho dos Povos Unidos.
Descrição da foto - pra cego ver: foto meio corpo, perfilados, Sérgio e Audy seguram e exploram um objeto de madeira.
Descrição da foto - pra cego ver: Vera e Toninho, em pé, abraçados e sorridentes.  
No retorno para São Paulo, a conversa descontraída entre novos amigos, lembranças de um dia feliz a certeza de que quando compartilhamos o nosso olhar, multiplicamos as nossas alegrias e vivemos sensações que só um roteiro sensorial nos proporciona. 

Presentes sorteados entre os viajantes:
Descrição da foto - pra cego ver: travesseiro aromático enchido com flores de camomila, branco com três babados amarelo claro com florzinhas. Os babadinhos estão costurados do centro do travesseiro para a extremidade. O travesseiro foi feito pela minha mãe Iolanda Lunardelli Veronese
Descrição da foto - pra cego ver: saquinho com biscoitos redondos feitos com sementes de girassol e mel.
Descrição da foto - pra cego ver: Saquinho de tecido amarelo, com grega branca na base. Dentro chá de marcela embrulhado em papel de seda azul.
Descrição da foto - pra cego ver: Chaveiros com tamancos de madeira amarelos com detalhes em vermelho oferecidos pelo Consulado da Holanda. Todos os passageiros receberam um chaveiro de lembrança. 
AGRADEÇO imensamente o Sr. Jan Eltink, holandês que nos recebeu no Moinho dos Povos Unidos, contou sobre a sua vinda para o Brasil como imigrante, tocou gaita e nos presenteou com a presença dos dançarinos do Grupo de Folclore de Holambra que fizeram uma apresentação de dança com os tamancos de madeira. Obrigada ao Marcel da Trattorie Holandesa que preparou um delicioso almoço típico holandês e tão bem nos recebeu. O meu muito obrigada a equipe da Real Turismo, em especial ao Armando que viabilizou uma experiência sensorial maravilhosa numa estufa de flores e esteve conosco o dia inteiro! Obrigada Leoellen pelas informações! Agradeço a AS SERVICE, Monica Rocha Da Silva Delgado e o motorista Fábio Luiz que fez com que a nossa viagem fosse segura e confortável. Muito obrigada a Aline Cristina Oliveira da Corretora Paluama pelo apoio para a emissão das apólices de seguro. Agradeço o Consulado da Holanda que apoiou o projeto e ofereceu chaveiros típicos com tamancos de madeira para os turistas. AGRADEÇO a minha mãe Iolanda Lunardelli Veronese que se esforçou para atender todas as minhas solicitações e fazer as lembrancinhas para serem sorteadas para o Grupo. Entre os "mimos" um travesseiro aromático que foi enchido com flores de camomila! 

Juntos seguimos AMPLIANDO HORIZONTES!


domingo, 1 de abril de 2018

Corrida e Caminhada pela Inclusão Olga Kos


Descrição da foto: Pra cego ver: grupo reunido em frente a placa da largada. Todos sorrindo e abraçados. Em pé da esquerda para a direita: Enzo, Hermes, Geons, uma corredora,Vitor, Sonia, uma corredora,Mário, Amélia e Cláudia. Agachados da esquerda para a direita: Audy, Malu, uma corredora, minha mãe Iolanda.   
Descrição da foto: pra cego ver: o mesmo grupo com o Estádio do Pacaembu ao fundo. Todos abraçados e sorrindo com suas medalhas após terem terminado a corrido.

No domingo, 25 de março de 2018, participei da corrida inclusiva em comemoração ao dia Internacional da Síndrome de Down ao lado de amigos queridos de longa data do Grupo Terra.
Descrição da foto: pra cego ver: medalha de participação na corrida. A medalha é dourada, escrito em alto relevo Instituto Olga Kos Inclusão Cultural. Impressa também a imagem de um corredor em movimento e de perfil. A fita da medalha é azul clara e branca com as inscrições " Instituto Olga Kos Inclusão Cultural e Corrida e Caminhada pela Incluso 2018 escrito na cor preta. 
Minha mãe, que está em São Paulo nos visitando, participou da caminhada. Acordamos às 4h30 da matina e às 5h30 eu e a mãe já estávamos na Av. Paulista para pegar o metrô e ir encontrar com outros corredores e caminhantes na estação Clínicas.
Descrição da foto: pra cego ver: eu e minha mãe abraçadas na plataforma do metrô. Ao fundo a placa indicando Destino Vila Madalena e o relógio que marcava 5h28.
Fomos andando da estação até o Estádio do Pacaembu onde seria a largada da corrida. O percurso tem cerca de 2km e uma descida muito íngreme.
Descrição da foto: pra cego ver: eu e o Cláudio na largada da corrida. Estamos de braços dados e com a cordinha usada para guiar na corrida. Ambos com a camiseta oficial da corrida, azul escura com o nome do Instituto Olga Kos e da corrida escrito em azul claro. Cláudio usa boné vermelho do Grupo Terra, óculos escuros e bermuda vermelho. Eu uso um boné rosa muito claro e bermuda preta. 
A largada foi às 7h00 e eu guiei o Cláudio Teixeira. Já participamos de várias corridas juntos e desta vez corremos os 5km em 40 minutos.  
Descrição da foto: pra cego ver: eu e o Cláudio correndo na Avenida Pacaembu, foto de corpo inteiro.
Descrição da foto: pra cego ver: eu e o Cláudio muito felizes com as nossas medalhas após o término da corrida. Ao fundo o estádio do Pacaembu.  
Depois da corrida, que teve 12.000 pessoas inscritas, voltamos todos para a Estação Clínicas caminhando, morro acima. Eu e a minha mãe ainda tivemos fôlego para andar quase toda a Paulista de volta para casa. Um domingo muito especial!
Descrição da foto: pra cego ver:  foto de corpo inteiro durante a caminhada. Da esquerda para a direita: minha mãe, Mário e Amélia entre outros caminhantes.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Roteiro Sensorial no Chão Caipira de Paraibuna


Descrição da foto:Todo o grupo reunido na trilha no Sítio do Bello. As pessoas estão sorrindo, chão de terra e ao fundo uma árvore frondosa. Da esquerda para a direita, em pé: Douglas Bello, Aderval Fabro, Nícia Lerussi, Cyntia Santos, Claudio Teixeira,Ana Claudia Domingues, Leila Yuri, Alexandre Alves Tôco,Ariane Couto Totti, Mário Brancia,Debora, Lúcia Fabro, Sidney Tobias, Lúcia Pereira, Cristiana Mello Cerchiari, Maria Luiza Brancia, Zilda Gonçalves, Edna Espírito Santo, Laura Castilho, Audy Veronese e Orion Santos. Agachadas: Iolanda Veronese e Susi Fauser.
Quando estou pesquisando um destino para desenvolver um roteiro sensorial levo em consideração uma série de características do local para que a experiência seja profunda para todos os viajantes. A participação efetiva das pessoas do destino é extremamente importante para que a experiência seja mais abrangente.
Descrição da foto: caminho de terra entre árvores da entrada do Sítio do Bello. Susi Fauser estende a mão e cumprimenta Ana Cláudia. Logo atrás Audy e Sidney.

A escolha do Sítio do Bello para a realização de um roteiro sensorial partiu de um pedido de uma amiga, Zilda Procedino, que é massoterapeuta e é uma pessoa cega. Zilda tinha lido reportagens sobre o Sítio e me pediu para organizar a viagem pois tinha um grande interesse em conhecer as muitas frutas produzidas no Sítio.
Fui para Paraibuna no dia do meu aniversário, 16 de dezembro de 2017, com o meu namorado Orion Santos para conhecer a cidade e o Sítio.   
Descrição da foto: trilha de chão batido entre árvores, as pessoas aparecem de corpo inteiro e sorridentes. Da esquerda para a direita: Audy caminha olhando para o Sidney que segura seu braço esquerdo. Ana Cláudia segura no braço do Sidney e sorri para o Orion que caminha ao seu lado.
O Sítio do Bello produz 68 tipos de frutas entre exóticas, frutas nativas da Amazônia e da Mata Atlântica. A minha proposta de roteiro foi aceita e fomos recebidos pelo dono do Sítio, Douglas Bello.
Descrição da foto: mesa com diversos tipos de frutas que foram degustadas pelo grupo.
Descrição da foto: em frente ao quiosque onde foi colocada a mesa de frutas, havia uma mesa com o café da manhã. Da esquerda para a direita, Cláudio, Cristiana, Orion, Lucy, Susi, Lucia, Edna Malu e Laura de costas.
No nosso café da manhã de boas-vindas teve paçoca, bolos, tortas, queijo, geleias, cangaia e, além do gostoso café com leite, sugo de jabuticaba e pitanga. Eu também pedi um bolo especial para comemorar o aniversário da Zilda que seria no dia seguinte ao passeio e o do Orion que havia sido dois dias antes. Solicitei um bolo que realçasse os sabores das frutas que não estamos acostumados a comer. O resultado não poderia ser melhor, o bolo, com certeza o mais saboroso que já comi na minha vida, foi recheado com araça-boi, garcínia, graviola e cupuaçu. Maravilhoso!

Descrição da foto: Todos em pé, Orion, Audy e Zilda, sorridentes, com as mãos juntas seguram a faca e cortam o bolo que é branco, retangular, decorado com suspiros, cobertura de chantilly e com decoração de cupuaçu. O bolo pesava 6 kg.

Descrição da foto: mesa redonda com toalha branca ao ar livre com o bolo, queijo, geleias, e torta. Em volta aguardando o bolo ser cortado, Susi, Cláudio, Lúcia, Orion, Malu, Mário, Ana Cláudia e Alexandre.

Vídeo mostrando os participantes cantando Parabéns e cortando o bolo:
https://www.youtube.com/watch?v=j3pM3p5EWAg&t=7s
Em seguida, degustamos e aprendemos sobre as propriedades de diversas frutas, entre elas: pitaya, jambo, pequi, araça-boi, garcínia, pitomba, graviola, feijoa, orvalha, manbaga e cambuci. 
Descrição da foto: grupo em frente a mesa de frutas. No primeiro plano duas graviolas que pesavam cerca de 8 kg cada e foram degustadas. Da direita para a esquerda Ana Cláudia, Cláudio, Malu, Edna, Cíntia, Zilda e Lúcia.
Descrição da foto: Grupo degustando as frutas dentro do quiosque, em primeiro plano Laura e Cintia saboreando frutas, ao fundo Douglas explicando sobre as propriedades das frutas.
Descrição da foto: Uma caixa com jambo, fruta que tem a casca vermelho escuro, ovalada e tem o tamanho equivalante a uma pera.
Descrição da foto: Sidney segura com as duas maõs, próximo ao nariz a fruta araça-boi que é redonda, amarela, um pouco maior que um limão. 
Descrição da foto: Alexandre cheira o miolo de um pequi que é uma bolinha amarela e Ana Cláudia examina a casca do pequi que é verde. Na foto abaixo mãos tocam e sentem o pequi.
 Após a degustação fizemos uma trilha pelo pomar.
Descrição da foto: fundo com árvores frutíferas e gramado no chão. Em pé, da esquerda para a direita olhando para o alto: Douglas, Iolanda, Edna e Laura que 
observa Douglas. 

Descrição da foto: Ana Cláudia toca os galhos de uma feijoa ou goiaba do mato.
Descrição da foto: uma mangabeira florida. A flor da mangaba tem duração de apenas um dia. É uma flor delicada em forma de um leque, com hastes finas brancas e as pontas vermelhas. 
Descrição da foto: Grupo reunido em meio ao pomar ouve explicações do Douglas
Descrição da foto: Mário está de costas tocando o tronco de uma árvore e Nícia guia a sua mão.
O nosso almoço foi no Mercado de Paraibuna, construído em 1880.
Descrição da foto:construção térrea, nas cores branco e azul, na fachada quatro portas com arcos romanos e duas janelas retangulares pequenas na lateral. Telhado de telhas. 
No Restaurante do Luiz provamos o afogado, prato típico dos tropeiros que por ali passavam. O prato é feito com carne cozinha por mais de 24 horas, temperos, arroz e farinha de mandioca. Conhecemos também o pastelzinho do Manezinho, com tradição centenária, a receita usa farinha de fubá na massa do pastel.
Descrição da foto: prato fundo branco com borboletas e flores laranja pintado nas bordas e com afogado dentro.
Descrição da foto: grupo almoçando, todos sentados à mesa comendo, algumas pessoas estão sorrindo
Na loja do Ailton Moraes, produtor da cachaça Canabella, e que vende mais de 1.400 tipos de cachaça, degustamos várias cachaças especiais. O Ailton, muito hospitaleiro, ensinou os viajantes a tocar o berrante.
Descrição da foto: grupo em frente a loja da Canabella, dentro do Mercado de Paraibuna e abaixo foto de uma prateleira com dezenas de garrafas de cachaça.
Descrição da foto: todos em pé, Alexandre segura o berrante e o Cláudio toca entre Sidney e Ana Cláudia que sorriem.

Vídeo Ailton Moraes e Sidney Tobias tocando berrante:

Descrição da foto: Zilda toca berrante dentro da loja da Canabella
Vídeo da Zilda Goncalves se divertindo com o berrante.


Descrição da foto: Ailton e Ana Cláudia tocam berrante juntos
Tivemos também uma roda de conversa com o Sr. José que contou causos caipiras e muita cantoria no Mercado de Paraibuna.  
Descrição da foto: grupo sentado, Ailton em pé toca berrante e Sr. José, também em pé, usando um chapéu de palha, camiseta verde e calça cinza conta causo.
 
Descrição da foto: Sr. José, sentado em um banco com o braço direito esticado apontando para o alto é observado por Iolanda e Nícia.
 Video: Lampião de Gás na voz de Mário Brancia e Sr. José no Mercado de Paraibuna
Um roteiro com muitos sabores e sons realizado no dia 24 de fevereiro de 2018. GRATIDÃO a todos os envolvidos! O grupo, formado por 20 viajantes, teve a participação de oito pessoas cegas e duas com baixa visão. Projeto AMPLIANDO HORIZONTES

Descrição da foto: dentro do ônibus, sentados e sorrindo os gêmeos Malu e Mário. 
Descrição da foto:sentados e sorridentes, foto de meio corpo, da esquerda para a direita Ariane, Alexandre e Ana Cláudia, em pé Sidney.